Acordar exausto todos os dias e passar boa parte do tempo indisposto e sem energia não é normal. Alguns maus hábitos e alterações fisiológicas podem explicar esse quadro. Conheça, a seguir, os mais comuns:
Acordar várias vezes durante a noite prejudica o descanso, porque fica difícil atingir o sono profundo, que é quando os músculos relaxam de fato e o metabolismo diminui de ritmo, contribuindo para a restauração física. Se isso for um problema frequente, é preciso procurar um especialista em sono. “A melatonina é um indutor de sono que pode ajudar a pessoa a ter noites mais tranquilas”, diz o médico fisiologista Turíbio Leite de Barros, idealizador do Centro de Medicina Esportiva da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Sem perceber, nos desidratamos durante o dia. E o cansaço é um dos sintomas mais comuns da escassez de água no organismo. “A desidratação diminui o volume sanguíneo, fazendo com que o coração trabalhe mais para oferecer à pele e aos músculos quantidades de oxigênio suficientes. Com isso, o corpo aquece e a pessoa se sente desanimada”, diz a nutricionista Fabiana Brito, especialista em nutrição funcional. Para manter-se hidratado, é preciso tomar 35 ml de água por quilo durante o dia. Um indivíduo com 60 kg, por exemplo, deve ingerir 2,1 litros de água diariamente.
Quanto menos nos movimentamos, menos queremos nos movimentar. “A diminuição da atividade física regride a capacidade funcional do indivíduo. Assim, qualquer pequeno esforço começa a tornar-se desconfortável”, diz Barros. E, ao notar uma sensação incômoda, a tendência é evitar o exercício. “É o que chamamos de círculo vicioso do sedentarismo”, aponta o médico. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os benefícios da atividade física, em qualquer fase da vida, são bem maiores do que qualquer problema que ela possa provocar. Pessoas com idade entre 18 e 64 anos devem fazer o possível para praticar 150 minutos semanais de atividade moderada — em que você sente que faz esforço.
Nenhum extremo é bom. Quando o corpo não tem tempo para se recuperar entre um exercício e outro, ele pode entrar em estado de fadiga crônica. “O problema, na maioria das vezes, não é quando a pessoa faz muito exercício em um dia, mas o acúmulo de esforço frequente, sem tempo de descanso”, diz o médico fisiologista. Por isso, é preciso prestar atenção ao corpo. Se você já acorda cansado da malhação do dia anterior, só há duas alternativas: repousar ou fazer um exercício muito mais leve do que o de costume.
O ferro participa do transporte de oxigênio para a produção de energia. Quando há deficiência desse mineral, o transporte de oxigênio diminui, o que afeta o desempenho físico e mental. É quando pequenos esforços se tornam extremamente cansativos. “A maior causa nutricional do cansaço persistente é a baixa ingestão de vitaminas e minerais, como ferro, fósforo, ácido fólico, potássio, vitamina B1, vitamina A, vitamina B12, vitamina C e zinco”, diz a nutricionista. Exames de sangue semestrais ajudam a acompanhar esses índices. Caso a deficiência seja detectada, uma alternativa é fazer a suplementação, sempre sob supervisão de um médico ou nutricionista.
Quando ficamos constantemente tensos, retesamos os músculos do corpo, o que dá a sensação de que estamos mais pesados. O resultado: é preciso fazer mais esforço para realizar as atividades rotineiras. “O cansaço causado pelo estresse faz com que a pessoa se arraste. E não prejudica só o corpo, mas também a concentração. Ela passa a produzir muito menos”, explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR (o braço nacional da International Stress Management Association). Para lidar com o problema, convém buscar atividades relaxantes, um hobby ou, em casos mais críticos, procurar ajuda profissional.