Saúde ocular infantil e o uso de telas.

A maior mudança que a pandemia nos trouxe foi o isolamento social. Após ele, nossa rotina passou a envolver um público bem mais restrito, sendo necessário evitar contatos presenciais, até mesmo com membros da família e amigos mais chegados. Nesse sentido, as crianças deixaram de estar com os amigos reais para conviver com personagens digitais do mundo virtual, e isso tornou-se parte da sua rotina. O excesso de tela advindo dessa nova realidade não apenas compromete as relações interpessoais, como também afeta a saúde física; em especial, a dos olhos.

Estrutura muito sensível do nosso corpo, nossos olhos funcionam para que possamos ter uma visão nítida das coisas. Quando próximo de telas de forma excessiva, os órgãos em fala podem sofrer ressecamento ocular, pois, para se manter atento ao que veem, diminui-se a quantidade de pisque, ato de extrema importância para lubrificação dos olhos. 

Outra consequência causada por conta do não relaxamento da musculatura dos olhos é a chamada “visão dupla”, uma queixa muito comum nos consultórios oftalmológicos nos últimos meses, sendo possível citar outras dificuldades, como: cansaço/fadiga visual com perda, olho desalinhado, estrabismo,miopia,  sensação de olhos quentes, etc.

Sim, a pandemia possibilitou esse aumento da exposição às telas, isso é fato! A necessidade de dar prosseguimento às aulas de maneira virtual, por exemplo, fez com que usar eletrônicos fosse parte da rotina infantil. Mas agora, com mais de dois anos nesse contexto,  muitas mudanças já ocorreram, sendo possível estar entre amigos em ambientes abertos e ter aulas híbridas. 

Contudo, ainda vemos muitas crianças em ambientes como parque, restaurante e escola com os olhos voltados a dispositivos eletrônicos, mesmo quando , ao lado, há um amigo, primo, irmão, alguém da mesma idade, disponível para contato real e saudável. Essa realidade nos mostra que as telas já fazem parte da rotina da criança, todavia, de maneira maléfica.

Algumas estratégias para que esse cenário mude, deixando de trazer tantos prejuízos às crianças são:

• Manter os olhos lubrificados;
• Estabelecer horários, com limites, para o uso de tela;
• Ter momentos de intervalo para que os olhos descansem;
• Condicionar boa iluminação natural;
• Retirar a tela em situações em que possa existir convívio social;
• Oferecer outras atividades recreativas.

Por fim, é importante que os adultos que fazem parte do ciclo familiar da criança seja exemplo para ela, trazendo sempre a ideia de que as tecnologias nos possibilitam muitas vantagens, mas que devem ser usadas com cautela, apenas quando necessário, pois elas também podem nos trazer muitos prejuízos sociais, emocionais e físicos.

Sarita Bezerra